O consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama
Por Natasha Romanzoti em 24.08.2010 as 21:42
Para entender como o álcool pode influenciar subtipos de câncer de mama, pesquisadores realizaram um estudo observacional, conduzido entre 1993 e 1998, que incluiu 87.724 mulheres com idade entre 50 e 79 anos, na pós-menopausa.O consumo de álcool é um fator de risco estabelecido para câncer de mama em geral. Porém, um novo estudo descobriu que o álcool aumenta o risco de tumor lobular, mas não necessariamente tumor ductal. Ou seja, a relação entre consumo de álcool e risco de câncer de mama se aplica a alguns subtipos da doença.
Os cientistas olharam particularmente para os seguintes dados de 2.944 mulheres que desenvolveram câncer de mama invasivo: subtipos de tumor e status hormonal, consumo de álcool, características demográficas e estilo de vida, história familiar de doenças e história reprodutiva.
As mulheres foram classificadas como as que nunca beberam, as que pararam de beber e as que bebiam atualmente. As que bebiam foram agrupadas em seis categorias de acordo com o número médio de bebidas por semana, desde menos de um drinque por semana até mais de 14 drinques por semana.
Os pesquisadores descobriram que o consumo de álcool é mais fortemente relacionado ao risco de tumor lobular do que de tumor ductal, e mais fortemente relacionado ao câncer de mama hormônio-receptor-positivo do que o câncer de mama hormônio-receptor-negativo. Esses resultados confirmam pesquisas anteriores com conclusões semelhantes. Os riscos observados não variam de acordo com o tipo de álcool consumido pelas mulheres.
Segundo os autores da pesquisa, as mulheres que bebiam uma ou mais doses de álcool por dia tiveram quase o dobro de risco de câncer de mama do tipo lobular, mas nenhum aumento no risco de câncer de mama do tipo ductal. Ainda segundo eles, é importante notar que o câncer ductal é muito mais comum do que o câncer lobular. Aproximadamente 70% de todos os cânceres de mama são ductais, sendo que cerca de 10 a 15% dos casos é lobular.
No câncer ductal, o tumor é nos dutos de leite e no câncer lobular, nos lóbulos produtores de leite.[ScienceDaily]
Histórico familiar não é principal fator de risco para câncer de mama
Por Natasha Romanzoti em 23.03.2011 as 1:29
Estudos anteriores mostraram que mais de 70% dos médicos perguntam às mulheres sobre seus históricos familiares, enquanto menos da metade coleta informações sobre outros fatores de risco conhecidos, tais como se a menstruação de uma mulher começou antes dos 12 anos (o que aumenta o risco), ou se ela tem filho (o que reduz o risco).Um novo estudo confirma algo muitas vezes esquecido pelas mulheres, e às vezes até mesmo pelos médicos: só porque não há histórico de câncer da mama em uma família, não significa que os membros dessa família estão a salvo da doença.
Agora, pesquisadores acompanharam mais de 6.000 mulheres por até 6 anos, e descobriram que a maioria dos casos de câncer de mama ocorreram naqueles sem histórico familiar da doença, embora muitas das mulheres tivessem outros fatores de risco para o câncer.
Os pesquisadores analisaram o papel de vários fatores de risco entre as mulheres pós-menopausa que tinham participado de dois grandes estudos clínicos de medicamentos para osteoporose. No momento de cada estudo, todas as mulheres tinham menos de 86 anos e nenhuma tinha câncer de mama.
A equipe usou uma ferramenta – um questionário on-line desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer americano – para prever as chances das mulheres desenvolverem a doença. A calculadora de risco incorpora idade da primeira menstruação, idade, cor da pele, histórico reprodutivo, biópsias anteriores de mama e histórico familiar. A pontuação, numa escala de 0 a 8, representa o risco de uma mulher, em porcentagem, de desenvolver a doença nos próximos 5 anos.
Cerca de 600 mulheres no grupo de estudo (aproximadamente 1 em cada 10) tinha histórico familiar de câncer de mama, e quase todas preenchiam a definição da ferramenta de alto risco: uma pontuação de 1,66% ou superior. No entanto, mais da metade das mulheres sem histórico familiar de câncer de mama também se enquadravam na categoria de alto risco.
Um total de 92 mulheres, ou 1,5% da população do estudo, desenvolveu câncer de mama invasivo em um período médio de acompanhamento de 4 a 6 anos. Como esperado, a taxa real de câncer de mama aumentou com os riscos previstos, bem como na presença de histórico familiar.
Porém, muitos casos de câncer de mama foram relatados em mulheres com previsões abaixo do alto risco ou sem histórico familiar. Cerca de metade (40) das mulheres que desenvolveram a doença receberam uma pontuação abaixo de 1,66% de risco, e quase 2 em cada 3 (60) mulheres diagnosticadas tinham risco entre 1 e 2%, mas não tinham histórico familiar de câncer de mama.
Os pesquisadores dizem que o único fator de risco maior para desenvolver um câncer de mama é ser mulher. O segundo maior é ser uma mulher com mais de 50 anos. No entanto, existem algumas mulheres que estão em risco médio, principalmente aqueles com histórico familiar. Os mais comuns fatores de risco conhecidos encontrados na população do estudo foram: ter ao menos 65 anos, e ter iniciado a menstruação antes dos 12 anos.
A conclusão do estudo é que os médicos e outros profissionais da saúde devem considerar o uso de outros métodos e fatores de risco, não só o histórico familiar, para inferir sobre o risco de câncer de mama e melhor identificar mulheres com propensão à doença. [Reuters]
Mulheres com seios grandes têm maior risco de ter câncer de mama
Por Guilherme de Souza em 5.07.2012 as 14:00
Os pesquisadores analisaram o código genético de 16 mil mulheres em busca de pequenas mutações em seu DNA (chamadas “polimorfismos de nucleotídeos únicos”). De 7 mutações ligadas ao tamanho dos seios, 3 estavam associadas ao câncer de mama. Ao analisar os dados, eles descobriram que as participantes que tinham seios maiores tinham mais chance de desenvolver a doença.Estudo recente apontou relações entre o tamanho dos seios e as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama: certas variações genéticas seriam responsáveis por ambos os fenômenos.
Segundo o líder da pesquisa, Dr. Nicholas Eriksson, foi a primeira vez em que se encontrou um vínculo substancial entre tamanho dos seios e câncer. Ele ressalta, porém, que ainda são necessários mais estudos para ver se essa relação é realmente concreta.
Até hoje, pouco se sabe sobre os fatores responsáveis pelo tamanho dos seios. Um deles é o alto nível do hormônio estrogênio, que também eleva o risco de desenvolver câncer de mama.
“Enquanto a relação exata entre o tamanho e a densidade dos seios, a obesidade e o câncer de mama permanece difícil de compreender, entender a biologia envolvida pode ajudar a desenvolver novos equipamentos para detectar tumores”, disse Eriksson.
Independentemente do tamanho dos seios, é importante fazer exames regulares e ficar atenta a fatores de risco, como obesidade, consumo excessivo de álcool e histórico familiar da doença.[Daily Mail UK, foto]
Remédio para câncer de mama pode aumentar risco de doenças cardíacas
Por Natasha Romanzoti em 31.01.2011 as 21:55
Trabalhos anteriores haviam sugerido uma ligação entre os IAs e doença cardíaca, mas o novo estudo incluiu dados de mais pacientes e um longo período de acompanhamento, necessário para estudar os efeitos colaterais, tais como doenças cardíacas que podem se construir lentamente e demorar muito tempo para se tornar aparentes.Segundo um novo estudo, pacientes com câncer de mama que tomam medicamentos chamados inibidores de aromatase (IA) após cirurgia enfrentam um risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas.
Os pesquisadores fizeram uma análise de dados de 29.000 pacientes com câncer de mama. A pesquisa mostrou que o risco de ter um ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou doença cardiovascular foi 20% maior entre mulheres que tomavam um inibidor de aromatase do que entre aquelas que tomavam outro medicamento chamado tamoxifeno. Tanto o tamoxifeno quando os IAs são usados para tratar mulheres com cânceres de mama alimentados pelo hormônio estrogênio.
O estudo adiciona combustível para o debate sobre qual droga é melhor. Ambos IAs ou tamoxifeno são eficientes para os pacientes, a longo prazo. Porém, cada droga vem com seu próprio conjunto de efeitos colaterais.
A pesquisa mostrou que pacientes que mudam de um medicamento para outro podem se dar melhor do que aquelas que tomam uma única droga ao longo de seu tratamento. Os efeitos tóxicos das drogas podem se acumular lentamente, e a mudança de tratamentos poderia evitar que as mulheres atingissem o nível em que os efeitos secundários pudessem afetar a sua saúde.
O tamoxifeno é utilizado por mais de 30 anos, e funciona através do bloqueio do efeito do estrogênio sobre as células de câncer de mama. No entanto, traz um risco maior de desenvolver câncer endometrial (que se inicia no revestimento do útero) ou coágulos de sangue que podem levar a um derrame.
Os IAs foram aprovados há quase uma década (existem três disponíveis) e atuam bloqueando a produção de estrogênio do corpo. Uma tendência entre as pacientes que tomam IAs era clara: elas eram menos prováveis do que pacientes que tomam tamoxifeno a ter recorrência do câncer de mama após o tratamento. No entanto, elas não têm probabilidade de viver mais tempo do que as pacientes que tomam tamoxifeno.
Agora, os cientistas acreditam que isso não é na verdade um benefício. Devido aos efeitos colaterais cardiovasculares dos IAs, que podem ser mortais, a paciente pode morrer por causa desses efeitos antes de um possível retorno do câncer de mama.
Segundo os pesquisadores, o menor número de mortes sem recorrência de câncer de mama foi visto em pacientes que tomaram tamoxifeno por dois ou três anos após a cirurgia, e depois mudaram para um IA durante o resto do tratamento. Normalmente, as mulheres permanecem em tratamento de drogas por cinco anos após a cirurgia. Essa troca de tratamentos é a única forma na qual os IAs mostram um benefício de sobrevida global.
Ainda assim, os pesquisadores disseram que os riscos dos pacientes para o desenvolvimento de certos efeitos colaterais são afetados por outros fatores de saúde, portanto os médicos devem considerar tais “fatores de base” na seleção de uma droga. Agora, quanto ao debate sobre qual droga é a melhor, a melhor estratégia pode ser um pouco de ambos. [LiveScience]
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