segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Capelão Internacional U.S.A






MOÇÃO Nº 6467/2008
    EMENTA:
    DE APLAUSOS E LOUVOR, A UNIPAS ATRAVÉS DE SEU PRESIDENTE NACIONAL REFERENDO RUI BARBOSA DE AZEVEDO, SECRETÁRIO NACIONAL REFERENDO EDMUNDO RIBEIRO FELIX E DO DIRETOR REGIONAL REFERENDO EDUARDO JOSÉ CANDIDO ALMEIDA, PELA FORMAÇÃO DO CAPELÃO LUIZ CLÁUDIO ALVES PERROTTI.
Autor(es): Deputado ANDRÉ DO PV
    Requeiro a Mesa Diretora, na forma do Art. 102 do Regimento Interno, fazer constar nos Anais desta Casa de Leis, MOÇÃO DE APLAUSOS E LOUVOR, a UNIPAS através de seu Presidente Nacional Referendo Rui Barbosa de Azevedo, Secretário Nacional Referendo Edmundo Ribeiro Felix e do Diretor Regional Referendo Eduardo José Candido Almeida, pela formação do CAPELÃO LUIZ CLÁUDIO ALVES PERROTTI.

    Tendo em vista os relevantes serviços prestados à população do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, por via de sua intensa e profícua luta comunitária, social e cristã.

    É muito bom louvar o desempenho daqueles que lutam por um ideal e o transformam em realidade. Dedicação com que conduz sua missão evangélica, seriedade pela propagação do Evangelho de forma nobre e pacífica com respeito ao povo do Rio de Janeiro.

    Não poderíamos deixar de reconhecer a abnegada atuação deste missionário que fez de sua dedicação ao próximo o motivo de toda a sua existência e das Santas Escrituras o alimento que sacia a fome de paz de suas ovelhas.

    Homem de DEUS, o CAPELÃO LUIZ CLÁUDIO ALVES PERROTTI, se notabiliza pela formação social, cristã e humanitária, sendo merecedor da honraria que ora propomos lhe seja conferida por esta Casa Legislativa.

    Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 09 de junho de 2008.




    ANDRÉ DO PV
    Deputado Estadual
    Vice-Líder do Governo

Legislação Citada



Atalho para outros documentos



Informações Básicas
Código20081406467AutorANDRÉ DO PV
ProtocoloMensagem
Regime de TramitaçãoOrdinária

Datas:
Entrada09/06/2008Despacho10/06/2008
Publicação13/06/2008Republicação

Comissões a serem distribuidas

01.:Plenário

Hospital Salgado Filho Méier RJ, será Hospital Suicida ou Homicida ?






terça-feira, 03 de abril de 2012 | 04:26

Salgado Filho, um hospital assassino no Rio de Janeiro

Pedro do Coutto
Absolutamente incrível, revoltante e repugnante o que aconteceu em 2010 no Hospital Salgado Filho, da rede Municipal de Saúde, em torno do qual desfiou-se uma verdadeira teia assassina, resultado, para dizer o mínimo, do descaso da Prefeitura para com a vida humana. A tragédia ocorreu há dois anos. Até hoje o prefeito Eduardo Paes nada fez. Não tomou qualquer providência. Omisso.
Posição insensível, aparentemente cômoda. Custou 363 vidas de pacientes internados na CTI daquela unidade que carrega um nome ilustre, mas desonrado pelos responsáveis das mortes em série.Reportagem excepcional de Vera Rosa, O Globo de domingo, dia primeiro, revela que, há dois anos, de 854 pacientes internados no Centro Intensivo, morreram 363 de janeiro a dezembro. Índice superior a 40%. Essa taxa não se verifica nem no corredor da morte das prisões da Califórnia.
A velocidade da tragédia foi de quase uma pessoa por dia.Especialistas ouvidos pela repórter consideram normal uma percentagem de 5% ao ano. Jamais 45 pontos. As fotos que acompanham a matéria, pelo que se pode interpretar do texto, foram da UERJ, uma vez que a Universidade, em agosto do mesmo ano de 2010, alertou a Secretaria de Saúde para os problemas de ventilação inadequada que se desenrolavam. Alertou e fotografou.
O tema, manchete principal da edição de O Globo, foi extensamente debatido na mesa dirigida por Haroldo de Andrade Júnior, domingo, Rádio Tupi. Como era de prever, centenas de telefonemas de ouvintes indignados. Não é para menos. A morte que ceifou 363 contribuintes há 24 meses pode atingir qualquer um a qualquer momento.
No sábado, a reportagem da Rede Bandeirantes, por exemplo, mostrou pessoas vítimas de derrame cerebral não encontrando um médico sequer no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Caxias. A cena dramática teve repetição em outras unidades. Quando conseguem ser atendidos, pacientes são colocados em macas pelos corredores.
Enquanto isso predomina, para recorrer à imagem de Fritz Lang, no andar de baixo, a corrupção e o silêncio disparam nos porões da consciência humana. Não no andar de cima, o que classificaria os ladrões junto a políticos e empresários dignos. O roubo e a omissão, sua grande aliada, encontram-se no subsolo da vida na direção do esgoto.
Basta ler, na mesma edição de O Globo, reportagem de Carla Rocha, publicada em outra página, mas também como chamada na primeira.Ela sustenta que a Rufolo, uma das empresas envolvidas no escândalo denunciado pelo Fantástico, dá as cartas na administração. E chega ao ponto de exercer influência na nomeação de dirigentes de diversos outros hospitais. Nem Freud explica. Só comprometimento.
Repete-se a obra de Goethe, Doutor Fausto, aquele que vendeu a alma ao diabo para recuperar a juventude e adquirir riqueza.De fato só a corrupção pode traduzir tal comportamento que ameaçadoramente se generaliza pela administração pública do Rio de janeiro e do país.
Pois o trabalho de Vera Rosa decorreu de uma iniciativa do Ministério Público Estadual, não por parte do prefeito Eduardo Paes ou do governador Sérgio Cabral. O MPE tomou a iniciativa por sua própria decisão.E, possivelmente, não tendo sido levado a sério, deslocou o plano de sua indignação para a imprensa, tornando-se manchete do principal jornal do Rio, que forma entre os quatro mais influentes do país: A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e o Valor. São os outros três cujas páginas repercutem com intensidade. Da mesma forma a revista Veja. Por sinal, esta que está nas bancas, publica novo escândalo ocorrido na área do Ministério da Saúde.
A sequência escabrosa de indignidades e roubalheiras parece não conseguir chegar ao fundo do poço. Talvez, como na peça de Tennessee Williams, porque esse poço não tenha fundo. Praticados os roubos, os ladrões vão rezar. Hipócritas.

5 comments to Salgado Filho, um hospital assassino no Rio de Janeiro

  • wendell
    SÓ DEUS,PARA DÁ UM JEITO NESSA SITUAÇÃO, A CADA DIA QUE,PASSA EU PERCO MAIS Á ESPERANÇA EM DIAS MELHORES NESSE MUNDO!
  • Selso
    A pior parte é saber que nada vai acontecer. Não há culpados, talvez os culpados foram os pacientes, por ficarem doentes e irem ao hospital… inacreditavel!! revoltante!!! E, estar tudo ai, nao tem nada escondido. Cade a nossa justica? parece que tudo que acontece no nosso país e “normal”.
  • Dalton C. Rocha
    Não é à toa, que Lula, Dilma & Cia só se tratam no Sírio-libanês, um hospital que cobra os olhos da cara.
  • jesus da silva
    Sr. Pedro Couto.
    “Até hoje o prefeito nada fez”
    Como é que ele ia fazer alguma coisa,se ele nem sabe se aconteceu alguma coisa.
    363 mortos num hospital público? Se estavam num hospital público não eram ninguém importante.
    Jésus da Silva
  • rtra
    PEDRO! O PAI DA DENÚNCIA NO MINISTÉRIO PÚBLICO É O PRESIDENTE DE COMISSÃO DE SAÚDE DA CÂMARA, O VEREADOR DR. CARLOS EDUARDO
    http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=35057




Saúde pública

Menina atingida por bala perdida tem morte cerebral

Adrielly Vieira, de 10 anos, teve de esperar oito horas para ser submetida a cirurgia no Hospital Salgado Filho porque o médico de plantão faltou

Adrielly Vieira estava em casa quando foi atingida por um disparo na cabeça
Adrielly Vieira, de 10 anos, estava em casa quando foi atingida por um disparo na cabeça (Paulo Araújo/Ag. O Dia)
A menina Adrielly Vieira, atingida por uma bala perdida na noite de Natal, teve morte cerebral. A informação, dada inicialmente pelo pai, Marco Antônio, foi confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro no fim da noite de domingo.
Adrielly foi atingida na cabeça enquanto brincava em casa. Socorrida ao Hospital Salgado Filho, precisou esperar oito horas para ser submetida a uma cirurgia porque o neurocirurgião escalado para aquela noite havia faltado ao plantão. Na quinta-feira, ela foi transferida para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas seu estado continuava grave.
Em depoimento na sexta-feira ao delegado Luiz Archimedes, responsável pelo caso, o neurocirurgião Adão Crespo disse que não comparecia aos plantões no hospital há um mês, porque discordava das escalas. Ainda segundo ele, o chefe do setor de neurocirurgia, José Renato Paixão, foi informado de sua decisão.
A Polícia Civil investiga se houve omissão de socorro no caso. Crespo está temporariamente afastado do cargo e a Secretaria Municipal da Saúde abriu um inquérito administrativo para apurar a responsabilidade do médico.
Leia também:





Mortes sob suspeita no Hospital Salgado Filho

  • MP investiga se aparelhos contaminados causaram óbitos de pacientes


Hospital Salgado Filho: em 2010, quase metade dos pacientes internados por mais de 24h na emergência morreu de infecção
Foto: Laura Marques
Hospital Salgado Filho: em 2010, quase metade dos pacientes internados por mais de 24h na emergência morreu de infecção Laura Marques
RIO - No Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, quase a metade (363) dos 854 pacientes internados por mais de 24 horas na emergência morreu por infecção hospitalar, em 2010. No CTI do mesmo hospital, 30% dos 289 internados também morreram pelo mesmo motivo. Os dados constam de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público estadual para investigar as causas dos óbitos na unidade.
A taxa de mortalidade admissível, num ambiente que deveria ser de risco zero de infecção, é de até 5%, segundo o biofísico e biométrico da Uerj Sebastião David dos Santos Filho, especialista em bioengenharia e inaloterapia que fez um laudo, anexado ao inquérito do MP.
Ouvido pelo GLOBO, o vice-presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Arnaldo Prata, confirmou que o número de óbitos é alto para CTIs. Segundo ele, o índice aceitável no Brasil é de 5% a 10% de óbitos, dependendo da gravidade do doente e do tipo de hospital:
— Uma unidade com doentes com câncer, por exemplo, vai ter um número alto de óbitos.
A Coordenadoria de Saúde do 6 Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva e do Grupo de Apoio Técnico (Gate) do MP investigam se as mortes tiveram como causa pneumonia associada à ventilação mecânica. Seriam, portanto, provocadas pelo uso de respiradores inadequados e pela contaminação do ar comprimido levado aos aparelhos.
Um dossiê feito por funcionários do Salgado Filho — e ao qual O GLOBO teve acesso — afirma que os compressores que levam ar comprimido estavam armazenados, em 2010, em local insalubre. De acordo com fotos anexadas ao documento, os captadores de vácuo — depósitos de rejeitos dos pacientes graves — ficavam ao lado dos compressores. O procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes Soares, disse que a apuração do MP vem sendo feita com rigor, pois, se comprovado, o fato "é muito grave".
Em sindicância, nada foi comprovado
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde informou que a direção do Hospital Salgado Filho, ao tomar conhecimento da denúncia, fez uma sindicância que constatou não haver qualquer indício de contaminação do sistema de geração de ar comprimido por secreções provenientes de pacientes.
Além do professor da Uerj, a promotoria já ouviu funcionários e um técnico de uma empresa terceirizada que fazia a manutenção dos respiradores, que confirmaram as denúncias. As informações estão sendo analisadas pelo corpo técnico de médicos do Ministério Público. Em nota, a assessoria do órgão informou que, caso venha a propor uma ação judicial após a conclusão das investigações, será sugerido o afastamento dos responsáveis pelas supostas irregularidades dentro do hospital.
— A função do Ministério Público é investigar esses casos. Com certeza, a promotoria está se aprofundando na investigação — disse Lopes.
No dossiê entregue à promotoria consta que 88,16% das infecções hospitalares no CTI do Salgado Filho foram por pneumonia associada à ventilação mecânica. Além de confirmar ao GLOBO que os compressores de ar comprimido estavam, em agosto de 2010, em ambiente com riscos de contaminação, o professor da Uerj escreveu no laudo anexado ao inquérito que encontrou "diversas irregularidades quanto ao estado e uso dos equipamentos", "aparelhos em péssimas condições" e que sugeriu "a substituição dos aparelhos com defeito por outros de maior precisão, pois estamos lidando com vidas".
Um caso — "gravíssimo", segundo o laudo — era o do respirador Inter-5, fabricado pela empresa Intermed, que não apresentava registro correto do volume respirado pelo paciente, além da ausência de alarmes, contrariando normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), seguidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada, a Intermed não retornou as ligações.
— O número de óbitos é considerado alto porque o problema está na filtração inadequada do respirador. As unidades que necessitam usar esse equipamento em seus pacientes precisam tê-lo em perfeitas condições para diminuir o índice de mortalidade — explicou o especialista da Uerj.
Apesar de o aparelho não ser mais produzido pela Intermed e de ter seu registro cancelado pelo próprio fabricante, o respirador Inter-5 continua até hoje em funcionamento em emergências e CTIs de hospitais públicos do Rio. Em visita ao Salgado Filho e ao Hospital Universitário Pedro Ernesto (estadual), O GLOBO constatou que os aparelhos continuam operando — apesar de a direção da unidade municipal alegar que eles foram substituídos. No Salgado Filho, o Inter-5 estava numa unidade infantil. A direção do Pedro Ernesto não foi contactada.
No dossiê entregue ao MP, documentos do Setor de Reabilitação do Salgado Filho para a direção da unidade informam que médicos e enfermeiros teriam tido problemas com a leitura dos respiradores, tanto em adultos como em crianças. Um técnico que prestava serviços de manutenção ao Inter-5 na época contou que havia problemas com a pressão do ar comprimido que chegava aos aparelhos.
— Houve alguns óbitos por conta desses problemas. Depois que fui prestar depoimento no MP, perdi até o emprego. Além disso, a pressão de gases no hospital oscila muito. Rezo para que eu nunca vá parar no Salgado Filho. Meus colegas que ainda trabalham lá dizem que as coisas não mudaram — disse o técnico, que pediu para não ser identificado porque hoje trabalha em outra empresa.
Segundo o especialista Arnaldo Prata, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, dados do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, mostram que a primeira causa de infecção hospitalar grave que leva a óbito é associada à corrente sanguínea e, em segundo lugar, à ventilação mecânica. No dossiê feito por funcionários do Salgado Filho e entregue ao MP pelo presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores, vereador Carlos Eduardo (PSB), a informação é justamente o contrário: a pneumonia por ventilação mecânica seria a primeira causa no hospital do Méier.
O vereador criticou a lentidão do MP, que, após dez meses, ainda não instaurou uma ação civil pública.
— Não podemos usar respiradores que não estejam devidamente liberados para o uso. O Inter-5 não tem essa liberação. A contaminação existe, doentes estão morrendo. Segundo o documento, essas mortes estão sendo atribuídas à contaminação dos equipamentos. Mas dez meses já se passaram. É possível que mais gente esteja morrendo. É preciso responsabilizar criminalmente — disse o presidente da Comissão de Saúde da Câmara.
Secretaria nega que mortalidade seja alta
A assessoria de imprensa da Secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil informou, através de nota, que os óbitos relacionados à pneumonia em pacientes sob ventilação no Salgado Filho foram menores em 2010, em relação ao ano anterior. A secretaria informou que faz o controle histórico de mortalidade em toda a rede municipal, mas não revelou os números. A nota explica que a taxa na rede do SUS se mantém estável, em torno de 6,5%, apesar de as unidades estarem atendendo doentes em estado mais grave e do aumento da demanda de pacientes idosos de longa permanência.
A secretaria esclarece, ainda, que a mortalidade nos CTIs deve ser avaliada em função do risco dos casos que entram no hospital: "A comparação entre CTIs de hospitais de emergência e urgência pública, como o Salgado Filho, com unidades intensivas de hospitais gerais e particulares, que tratam em sua maioria de pacientes clínicos de menor gravidade, pode causar distorções".
O órgão garantiu ainda que não há restrições ao uso do Inter-5, que teria plena funcionalidade e não apresenta riscos para os pacientes. Segundo a secretaria, o aparelho é usado no Hospital Jesus, em unidades neonatais e em outras da rede. O órgão informa ainda que as principais causas de mortalidade no CTI do Salgado Filho são septicemias e pneumonias.
Já o Ministério da Saúde informou que a primeira causa de óbitos é a septicemia e que a infecção hospitalar está inserida nesse grupo. Segundo a assessoria do órgão, a lei 9.431/1997 obriga todos os hospitais a criarem uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).
COLABOROU Isabela Bastos
http://oglobo.globo.com/rio/mortes-sob-suspeita-no-hospital-salgado-filho-4464368



 



 
CRIME
O enfermeiro da morte 

A polícia suspeita de que um funcionário do Hospital Salgado Filho, no Rio, tenha assassinado mais de 150 pacientes 

e 10 de janeiro ao dia 4 de maio, a Unidade de Pacientes Traumáticos (UPT) do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, viveu uma rotina macabra: nos dias de plantão do auxiliar de enfermagem Edson Isidoro Guimarães, de 42 anos, a média de quatro pacientes teriam sido assassinados com injeções letais de cloreto de potássio ou pelo desligamento dos aparelhos de oxigênio que os mantinham vivos. Na noite de quinta-feira 6, o secretário municipal de Saúde, Ronaldo Gazolla, levou a suspeita à polícia, já com estatísticas mostrando que nos plantões de Isidoro a média de mortes era muito superior à de outros turnos. Na manhã da última sexta-feira, a polícia prendeu o auxiliar de enfermagem em flagrante. Até agora, Isidoro confessou cinco assassinatos, mas a polícia acha que o número pode chegar a 153, o que o tornaria o maior serial killer da crônica policial brasileira.

"Vou falar sem esconder o rosto porque estou tranqüilo", disse Isidoro em entrevista coletiva no auditório da Secretaria de Segurança do Rio. "Eu fiz isso com cinco pacientes porque eles estavam em coma, sofrendo muito. Fiz também para aliviar a agonia das famílias." A motivação do auxiliar de enfermagem ia muito além da comiseração: ele recebia de R$ 800 a R$ 1 mil "por serviço". O "serviço" era apenas informar aos agentes funerários de plantão no Salgado Filho a ocorrência da morte para que eles abordassem a família. "Essa é a tabela para pessoas que chegam em estado grave vítimas de acidentes de trânsito. As mortes comuns, eles só pagam de R$ 80 a R$ 100", esclareceu o assassino confesso, que citou o nome de duas funerárias - Novo Rio e Novo Mundo, na periferia da cidade. Um dos proprietários da Novo Rio, Manoel de Souza, nega qualquer ligação com o enfermeiro. "Em 15 anos só enterramos dez pessoas que morreram no Hospital Salgado Filho", diz Souza. "Esse sujeito está louco."

A polícia suspeita de que por trás das mortes esteja a "máfia das funerárias". Isidoro diz que agia sozinho. "Eu escolhia o paciente pela gravidade de seu estado de saúde. Quando via que ele não tinha mais meios de sobrevivência, abreviava o sofrimento", explicou. O auxiliar de enfermagem ingressou na Secretaria Municipal de Saúde em novembro de 1989, passou por diversas unidades e trabalhava no Salgado Filho desde janeiro. Ele não consultava as famílias para tirar a vida. "Fazia tudo pela minha vontade, não me arrependo. Pretendia manter segredo, mas descobriram", lamenta.

Em depoimento à delegada Márcia Cavalieri, da Delegacia de Homicídios, o assassino detalhou a rotina de mortes. Usava dois métodos. O mais comum era injetar na veia do paciente 10 mililitros de cloreto de potássio. Segundo o secretário Ronaldo Gazolla, o produto é muito usado em hospitais para hidratar doentes. Se ministrado corretamente, não causa mal algum. "Mas, injetado diretamente na veia e nessa quantidade, é letal", explicou o médico-monstro. O segundo método era mais simples: desligar os aparelhos de respiração artificial. Sem oxigênio, o paciente morria rapidamente, Isidoro religava a máquina e só então chamava o médico de plantão.

De janeiro até o dia 4 de maio, 225 mortes foram registradas na UPT do Salgado Filho. Delas, segundo as contas da Secretaria Municipal de Saúde, 131 ocorreram nos plantões de Isidoro. A polícia trabalha com o número de 153 mortes porque há outras consideradas suspeitas na unidade. Em janeiro, morreram na UPT 32 pacientes, 18 nos plantões de Isidoro. Em abril, das 62 mortes registradas na UPT, 34 caíram nos plantões do auxiliar de enfermagem. Outro exemplo claro surgiu em maio. Nos três primeiros dias do mês, nenhuma morte ocorreu na UPT. O detalhe: Isidoro estava de folga. No dia 4, quando ele voltou ao plantão, morreram cinco. Foi a gota d'água para a denúncia da Secretaria Municipal de Saúde.

Para prender Isidoro, a polícia infiltrou detetives como pacientes no hospital. Uma faxineira contou a um deles que vira o auxiliar de enfermagem dar uma injeção em um paciente que pouco depois viria a falecer. Com a prisão, a polícia encerrou o ciclo de plantões da morte no hospital do Méier. 


http://epoca.globo.com/edic/19990510/brasil7.htm


Ministério Público investiga mortes no Hospital Salgado Filho,RJ




Investigação das Mortes no Salgado Filho - Repórter Rio (02/04/2012)

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08/04/2012 - Como é possível, de 854 pacientes, 363 morrerem em 24 horas