Rio de Janeiro envergonhado
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/veja-como-votou-cada-um-dos-deputados-da-alerj-quanto-a-revogacao-das-prisoes-de-picciani-melo-e-albertassi.ghtml
Matéria extraída deste BLOGUE http://www.blogdogarotinho.com.br/
Rio de Janeiro envergonhado
Essa manchete tem dois sentidos. Primeiro porque os 39 deputados estaduais que votaram pela soltura dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi envergonharam o Rio. E depois porque muita gente nas redes sociais está se dizendo envergonhada diante da bandalheira que tomou conta do Rio de Janeiro. Um pouco talvez, acredito eu, porque o confronto com a realidade do assalto aos cofres públicos praticado pelo PMDB e a quadrilha de Cabral, com todas as ilegalidades e redes de proteção para lhes garantir impunidade, faz com que muitos se envergonhem de não terem percebido nada, de terem se deixado levar pelo marketing e acreditado que o Rio de Janeiro vivia a "Era de Ouro", como colocou o Globo numa manchete da capa. Cansei de denunciar a roubalheira, mostrar a corrupção desenfreada sem que me dessem ouvidos, muitos até duvidavam, mas reconheço que a blindagem da mídia, o bombardeio do marketing taparam os ouvidos e os olhos da maior parte da população.
Aliás, o cartunista Latuff, do Brasil 247 nos enviou essa charge feita para o nosso blog, agradeço desde já, que retrata o que eu disse. Até o Cristo Redentor se sente envergonhado. É realmente muito triste, é importante e legítimo que as pessoas manifestem sua revolta nas redes sociais, mas é preciso se conscientizar que não vamos mudar o nosso estado, dar um basta nessa situação degradante que vivemos, apenas expressando o descontentamento, a indignação apenas via Facebook, Whatsapp e Twitter.
Deputados podem voltar a ser presos
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo afirmou agora há pouco que o “caso Aécio” em que o Senado revogou pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) não se aplica às Assembleias Legislativas porque foi “estrita a deputados federais e senadores, relativa à submissão à respectiva Casa Legislativa da prisão flagrante”.
O ministro Marco Aurélio ainda fez um alerta: “Espero que tenham juízo e isso não chegue ao Supremo”.
O artigo 53 da Constituição Federal invocado pelos defensores da soltura dos deputados é claríssimo em seu parágrafo 2º: ”Desde a expedição de diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolvam sobre a prisão.”
Está claríssimo, trata de “membros do Congresso Nacional” e mesmo que as Assembleias Legislativas façam leis estendendo o benefício aos deputados estaduais essa questão ainda está pendente de análise no Supremo Tribunal Federal.
Como vimos hoje à tarde, e em duas situações já ocorridas em outros estados brasileiros, onde deputados estaduais foram soltos por seus colegas, levar a literalidade da lei federal para todos os estados é decretar a impunidade geral. Vou mais além, se as 5.553 Câmaras de Vereadores, também por analogia às leis estaduais, disserem que a imunidade prevista na Constituição somente aos membros do Congresso Nacional vale também para os vereadores a farra será geral.
Antes se encerrar este ano legislativo o STF deve se pronunciar rapidamente sobre essa questão, como fez recentemente em relação ao caso dos governa
dores, declarando inconstitucionais as leis estaduais que proibiam a abertura de investigação contra eles sem autorização das respectivas assembleias legislativas. É por isso que hoje o Superior Tribunal de Justiça investiga diversos governadores, inclusive Luiz Fernando Pezão. Não é possível que o foro descrito no artigo 53 da Constituição Federal sirva de escudo para a prática de crimes, trapaças e todo o tipo de roubalheira do dinheiro público, como é evidente no caso do Estado do Rio de Janeiro.
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